domingo, 18 de julho de 2010

Nossos Alguéns

O céu vestia um manto de estrelas azul marinho, mas brando. A criança completava mais um ano e a cerimônia era para comemoração. Rodeando todos que ali estavam, havia mil cores penduradas decorativamente às paredes pálidas. O menino estava sério.
Foi quando o tio adentrou o salão, que esticou-se um sorriso no jovem semblante.

Lá fora era claro e azul. Nuvens fofas suspendiam elegantemente para todos os lados, a partir da mancha incandescente, que era o sol. Lá dentro, todas as poltronas macias e vermelhas, em filas harmoniosas, acomodavam alguém.
A jovem garota, que ensaiara exaustivamente, tinha agora o palco de presente e dezenas de pares de olhos ansiosos pelo espetáculo. A mãe não estava.
Lágrimas teimosas escorriam agora, pois todo mundo estava lá, menos quem importava.

Agora era aquarela. O tradicional azul celeste se misturava à pinceladas de laranja e vermelho, num horizonte largo. Eles combinavam a melhor programação para os dias que se seguiriam. O rapaz só tinha certeza de que se aquele amigo não estivesse junto, ali do lado, maior seria a frustração.

Lembrei que, por mais que queiramos estar sempre no meio de muita gente, tem momentos que só a presença daquela pessoa torna realmente especial. Não que a gente ame mais, mas cada um é essencial de maneira diferente.

Alguém a cada momento, a cada cor do céu. Felizmente, isso é bastante gente.

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